quarta-feira, 23 de junho de 2010

Dia 19 – Natália, Borat Sister

Tal como prometido, de manhã cedo, o voluntarioso homem caído do céu, Gana, encontrou-se connosco no hotel. O resto do grupo já tinha partido e tínhamos recebido a notícia de que um dos motards, o germano-suíço Arno, acabara de desistir da viagem. Nos últimos dias tinha demonstrado sinais de desalento aos quais se juntaram alguns problemas de saúde. Achou por bem voltar à Suíça com a sua moto. Boa sorte Arno! Torcemos para que tudo corra bem no teu regresso.
Seguimos então o Lexus preto do Gana até à oficina da Nissan onde ele já tinha feito os seus contactos. Os mecânicos já estavam à espera do Adamastor fazendo lembrar um verdadeiro Serviço de Urgência a postos para receber um acidentado após a chamada do CODU.
O tempo era nosso inimigo. Era Sábado de manhã e, como é normal, a oficina só funcionava até às 13h. O Adamastor foi novamente sujeito a exames rigorosos para que tentassem chegar a um diagnóstico final.
Enquanto esperávamos pelo veredicto, visitamos um centro comercial totalmente dedicado a peças e acessórios para automóveis. Como devem depreender, nada atractivo ao público feminino…
Como o prognóstico era ficarmos uns dias atrasados em relação ao plano de viagem, tivemos de arranjar forma de nos orientarmos e encontrarmos o melhor e mais rápido caminho para ir ao encontro do resto do grupo.
(Navisat Natalia)
Eis que então os olhos de Carlos vislumbram Natalia. Não foi capaz de a deixar na prateleira da vitrine. Foi logo eleita o mais recente membro da comitiva portuguesa, juntando-se às suas companheiras Lola e Gina. Com mapas actualizados do Cazaquistão e Rússia, Natália iria guiar-nos até Barnaul.
Depois de breves explicações sobre o seu funcionamento, restava-nos ser optimistas para percebermos os mapas em cirílico.
(GPS Gina)

(Sistema de Navegação - Lola)

Com o estômago a roncar, o Gana levou-nos a um bar turco “Kemer” para tomarmos o delicioso pequeno-almoço turco. Estávamos a tratar-nos bastante bem. Nada de leite em pó! Estava a começar a parecer o Mongolian Holidays. Cada momento passado na cidade de Aktobe, nos surpreendia mais um pouco. Pessoas simpáticas, um bom nível de vida e boas infraestruturas. Afinal, no Cazaquistão não há só pastores!

Já que estávamos a fazer horas, pedimos ao nosso “facilitator”, para irmos visitar a mesquita que víamos do outro lado da rua. Ele simpaticamente avisou que se calhar as mulheres não podiam entrar. Assim que lá chegamos, o responsável pela mesquita perguntou-nos se éramos pessoas de espírito aberto e se vínhamos com o bem no coração. De bom grado nos deixou entrar de pés descalços e com um lenço a tapar o cabelo da nossa menina. Tivemos logo direito a um guia que nos explicou algumas particularidades da religião islâmica. Curioso, também nos fez algumas perguntas sobre a nossa opinião sobre a sua religião e se conhecíamos o Corão.
À saída, Gana confessou-nos que apesar de ter nascido e vivido em Aktobe, nunca tinha entrado naquela mesquita. A sua religião era ajudar as pessoas sempre que podia.

Voltando à oficina, verificamos que não tinha havido grandes progressos. A caixa de transmissão tinha de ser aberta e o especialista encontrava-se a trabalhar num Rally algures na Rússia, Teríamos de esperar até segunda feira.
Bem, não estava nas nossas mãos fazer mais nada. Não tínhamos outra opção que não descansar e relaxar um pouco. Com a incerteza da reparação, de nada nos valia entrar em stress, por isso seguimos a máxima “Carpe Diem”.
Voltamos ao complexo turístico Tau e sentimos que éramos uns privilegiados por poder apreciar e usufruir da paisagem e do acolhimento cazaque.
Aktobe (KZ) - Aktobe (KZ)
Kms percorridos no Dia 19 – 0km
Kms acumulados da viagem – 7692km


2 comentários:

  1. Bom S. João Malucos!!!

    Que bom voltar a receber notícias vossas....

    Que corra tudo bem até ao final...

    Bruno

    ResponderEliminar
  2. Como se entendem vocês nessa comfusaão dr caracteres?! Parece ser interessante. Imagino os palpites de cada um !! :-)

    ResponderEliminar