segunda-feira, 5 de julho de 2010

Dia 03 - O Pastor Mongol

A incerteza do dia anterior manteve-se depois do pequeno-almoço. Abordámos vários elementos do grupo (já não vale a pena falar directamente com os 3 marretas dos Kuduro) para saber quais as possibilidades de chegar durante este dia à cidade de Ulan-Bator. A distância de 470Km estava no limite da nossa média diária. Com um esforço colectivo poderíamos assim chegar à capital Mongol um dia antes do previsto.
O sentimento da comitiva Lusa era o de aproveitar o dia para visitar algum ponto de interesse, conduzir a uma velocidade média baixa e descomprimir até a um novo local de acampamento. Cedo se percebeu que essa não era a vontade da maioria do grupo. O cansaço instalara-se em quase todos e por isso a urgência em chegar a UB era grande.
Conduzimos as primeiras horas com o Chavelha no volante e a Xandinha agarrada ao guia Lonely Planet. Quando chegamos ao primeiro ponto de encontro do dia (Way Point) a desorganização estava instalada. Metade do grupo estava perdido e crescia a revolta dentro do Adamastor. Passar o último dia de viagem à espera de outros elementos e depois fazer Km’s a grande velocidade não encaixava na nossa noção de “final em beleza” para esta viagem. Era imperativo tomar medidas e fazer novos planos.
Pela descrição que o guia (Lonely Planet ) fazia da região, existiam dois templos budistas que distavam apenas 64Km da rota originalmente definida. Um deles – Erdene Zuu Khiid – é mesmo o mais importante do país. Foi o primeiro a ser construído (1586) e é local de visita obrigatório para nacionais e estrangeiros. Questionamos imediatamente Mike “Kuduro” (recentemente baptizado como Macaco da Frente) sobre a possibilidade de o visitarmos em grupo. A resposta foi peremptória: Não! A organização Kudu não nos acompanharia nem suportaria durante esse trajecto, nem autorizava nenhum dos elementos a viajar com Motas da Kudu a fazer esse desvio. Convictos da enorme estupidez que seria ter feito mais de 10 mil kms até à Mongólia e não fazer um desvio de 64 kms para ver o referido templo, tomamos uma decisão: Nós vamos sozinhos! 
Arrancamos então, prometendo aos Kudus que nos encontraríamos no dia seguinte em Ulaan Bator. Íamos nós descansados na estrada de alcatrão que liga Arvayheer a Ulaan Bator quando nos aparece uma tabuleta de cruzamento… um caminho mais curto, de apenas 44 kms em off-road que atalhava para norte, precisamente na direcção em que queríamos seguir.



Ou seja, podíamos escolher entre fazer 2x 64 kms de alcatrão ou fazer 44kms de off-road e depois os 64 de alcatrão até Ulan Bator. Por decisão maioritária não unânime, avançamos pelos 44kms de off-road. Ainda bem que o fizemos. No final dos 44kms de off-road já todos os elementos da comitiva portuguesa estavam convencidos que tinha sido a melhor decisão.




Foi neste pequeno troço de 44 kms que encontramos a imagem mental da Mongólia que procurávamos. Sem cabos eléctricos, com prados verdes e montanhas em pano de fundo, demos de caras com O Pastor Mongol. O encontro foi breve mas emotivo. Sem grande capacidade de comunicar devido à barreira linguística, perguntamos obviamente em primeiro lugar pela saúde dos seus animais (obrigação da etiqueta mongol). Seguidamente, questionamo-lo sobre a direcção correcta para o nosso destino. O nosso novo amigo confirmou as indicações de Gina. Arrancamos despedindo-nos com um grande sorriso nos lábios e sensação de missão cumprida. Obviamente que se o tempo não escasseasse iríamos tentar pernoitar na casa do pastor e comer um dos seus cabritos. Infelizmente, não foi possível desta vez.



Continuamos na direcção que nos indicou o Pastor Mongol por mais uns kilometros. No entanto, o apetite já se fazia sentir e, por estarmos sozinhos, não havia motivo nenhum para não aceder à sua vontade. Encostamos o carro para a zona verde ao lado da estrada e o Pedro começou a preparar o pitéu.

(uma dúzia de ovos que couberam tangencialmente na panela que tínhamos para cozinhar)

Antes dos ovos comemos um enlatado de carne que tínhamos adquirido em Riga e que demonstrou ter alguma qualidade.

Fomos então em busca da primeira localidade onde o guia referia a existência de um templo budista, Shankh a caminho de Karakorum. O templo de Shankh seria o aperitivo para o Mosteiro de Erdene-Zuu em Karakorum.

(pode não paracer, mas, o primeiro nome que está na placa é Karakorum e o segundo é Shankh)

Avistamos então ao longe o templo de Shank.


Decidimos entrar e, apesar do guia dizer que era necessário pagar entrada, ninguém nos veio pedir nada.





Ao sairmos do templo, tínhamos à nossa espera um mini mercadinho de souvenirs montado desde a nossa chegada.


Após algumas compras duvidosas e uma ou outra compra excelente, deixamos a "cidade" de Shankh e dirigimo-nos a Karakorum onde pretendíamos visitar, o mais antigo Mosteiro Budista da Mongólia, o afamado Erdene-Zuu (templo dos cem tesouros).



(Passado)
(Presente)
(Futuro)





Deixamos então Erdene Zuu ao final da tarde e fomos à procura de um Ger Camp pesquisado pela Xaninha no guia que era propriedade do Campeão de Sumo Mongol. Dream Land Ger Camp era um nome auspicioso.


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2 comentários:

  1. Gostei desta vossa decisão, nba verdade era uma perfeita estupidez desperdiçar o tempo à espera do resto do grupo, boa. Finalmente o famoso pastor mongol mas nao entendo, tantos quilómetros, tanto desgaste para um encontro de minutos!!!!
    bjs

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