segunda-feira, 5 de julho de 2010

Dia 29 - Bazamos ou ficamos?

Neste dia não acordamos, apenas nos levantamos, já que, com o frio e a ventania que se fez sentir durante a noite, pregar olho foi tarefa quase impossível.

Desmontamos a tenda, comemos o Weetabix com leite do costume, e arrancamos em direcção à cidade de Olgi. Chegados à cidade, parecia que estávamos a entrar numa cidade fantasma. Estava tudo fechado. Fomos procurar um banco para realizar câmbio de dinheiro. O banco também estava fechado. Segundo o guia Lonely Planet os bancos abriam às 8 e meia. Segundo as horas que os Kudu nos tinham dado eram já 9 horas. No entanto, por via das dúvidas alguém pergunta ao Mike “Kuduro” que horas eram. A resposta foi, sem dúvida, a piada mais hilariante da expedição: “Time is random around here!”. O nosso colega irlandês, directo e sem papas na língua perdeu a cabeça e entrou a pés juntos: “Fuck! It’s not random! It’s a fuckin’ timezone!”. Concluímos então que os marretas dos Kudus nos tinham acordado uma hora mais cedo do que necessário e que teríamos de esperar pela hora de abertura do banco.


Fomos então procurar o Ger Camp para nos acomodarmos e pousarmos a bagagem. A comitiva portuguesa ficou excelentemente bem acomodada num Ger com vista rio.






Preocupado com a fuga de óleo ocorrida na roda dianteira direita, Werner quis desmonta-la para verificar o que se passava. 


Concluiu que era um retentor que não estava em muito bom estado. 


Werner telefonou então a Delshan, um mongol de etnia cazaque, proprietário da Kazak Tours, empresa proprietária do Ger Camp em que iríamos pernoitar. Delshan conduziu-nos à única oficina especializada em Toyotas Land Cruisers entre Olgi e Ulan Bator (com 1000kms de caminho entre as 2 cidades). Lá, conseguimos adquirir o retentor de que necessitávamos, apesar de não haver peça Toyota, tinham lá peças da concorrência.
Ao introduzir o novo retentor, Werner reparou nas caixas de rolamentos superiores e inferiores da roda direita. Estavam desgastadas. Havia mesmo alguns rolamentos partidos. Voltamos à oficina para tentar comprar os rolamentos. Não havia! Werner estava muito apreensivo.






Numa reunião a três, Delshan sugeriu que a comitiva portuguesa aguardasse 3 dias pela chegada da peça de Ulan Bator e que, depois, prosseguisse viagem voando pelos planaltos mongóis até à capital. Werner disse que tinha medo que a caixa de rolamentos partisse no meio do caminho, provocando outros danos, em sítios onde era impossível arranjar peças, reboques ou assistência. Carlos afirmou que já tinha visto viaturas 4x4 na Madeira com caixas de rolamentos em muito pior estado e que continuavam a ir à serra. Sem querer tomar alguma posição antes de ouvir os seus companheiros de viagem, Carlos colocou a decisão de continuar ou ficar em “stand by” já que Pedro e Alexandra tinham ido ao centro da cidade.




No entretanto, no centro da cidade, Pedro, Alexandra e Jamie gozavam despreocupadamente o seu “dia de folga”….

Finalmente voltaram para o Ger Camp num táxi que certamente já teria tido melhores dias. O pára-brisas estava completamente estilhaçado e os fumos do tubo de escape perfumavam o habitáculo.

Foi nessa altura, quando Pedro e Alexandra voltaram ao Ger Camp que se realizou a pretendida assembleia geral da comitiva portuguesa. Após algumas intervenções, umas mais cautelosas e outras mais destemidas, decidiu-se por unanimidade prosseguir caminho cautelosamente tentando poupar ao máximo a mecânica do Adamastor, assumindo todos o risco de podermos vir a ficar parados mais à frente em zona onde o socorro seria mais difícil.

Carlos pediu então a Werner que intervalasse os rolamentos mais desgastados com outros que estavam em melhor estado. Werner sugeriu também que se trocassem de posição as duas caixas de rolamentos. A caixa de rolamentos inferior seria a que apanharia maior força de carga, por isso, a caixa de rolamentos em melhor estado foi colocada na parte de baixo. A caixa de rolamentos mais desgastada, quase destruída, foi passada para a parte de cima.


Um grupo de turistas que faziam percursos de cavalo entre o Cazaquistão e a Mongólia ia organizar, nessa noite, um jantar no Ger Restaurante. Convidaram o nosso grupo para partilhar com eles a refeição. O cozinheiro do grupo era de nacionalidade sul africana e preparou para essa noite um guisado de carne a que atribuíram um nome francês pomposo. Houve animação providenciada por elementos do próprio grupo com canções e um show de levitação. Fantástico!!!

Durante o dia filmamos uma curta metragem do processo de compra e venda de uma cabra.



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