segunda-feira, 5 de julho de 2010

Dia 02 - Brincar em mongol


Com um amanhecer mais tardio que o costume (já que sabíamos que a hora se tinha adiantado e nada dissemos à organização), acordamos com o forte vento a bater nas tendas.
Esperava-nos um dia repleto de emoções para os amantes de Todo-o-Terreno.
Com um cenário desértico, já bem na cauda do deserto Gobi, aventuramo-nos a uns km de adrenalina pelos extensos terrenos da Mongólia.


Mascaramos o Adamastor de carro-reportagem da PT TV e demos asas às nossas capacidades de realização. Com planos arriscados a alta velocidade a par com os motards, com nuvens de poeira a encobrir o caminho e com paisagens que só aqui na Mongólia são possíveis, os filmes iam saindo mais ou menos bem, com mais ou menos tremeliques, tanto das mãos dos realizadores como dos movimentos bruscos do Adamastor.





Depois de alguns km, deparamo-nos com uma pequena aldeia dividida por um pequeno rio que impedia a passagem de um lado a outro sem um inevitável mergulho. Estava na altura de fazer um river crossing à boa maneira TT e testar as capacidades do Adamastor.


Antes da travessia, os kuduros quiseram primeiro conversar com os locais no intuito de saber qual a profundidade do rio e o melhor local para o atravessar.
O rio apresentava cerca de 1 metro de profundidade, altura não recomendável à passagem dos motards. Os locais rapidamente se prontificaram a transportar as motos de um lado a outro nas suas carrinhas em troca da módica quantia de 6€. Negócio bastante rentável, convenhamos.
Entretanto, o Adamastor rosnava de impaciência, desejoso de transpor aquela massa de água e provar que estava em boa forma.
Com o impasse do negócio, decidimos ir na frente para saciar o 4x4.

(video travessia do Adamastor)

Relaxados graças ao snorkel, metemos as reduzidas e iniciamos a travessia numa 2ª suave. A corrente era forte, pelo que, mesmo um monstro como o Adamastor, sentia a força das águas na sua couraça. Foi necessário aplicar um cheirinho de acelerador para que o Adamastor mantivesse uma trajectória rectilínea rumo à outra margem. No final, estávamos todos contentes, uma travessia impecável sem necessitar do auxílio do tractor. Seria claramente um pleonasmo se um tractor como o Adamastor tivesse de ser arrastado por outro tractor.


Já na outra margem, o calor apertava. Com a falta de banho nos últimos dias, refrescar os membros inferiores pareceu-nos a melhor forma de esperar que os nossos companheiros de viagem pudessem atravessar.


(vídeo H2Omem)

Algumas crianças de gers vizinhos aproximaram-se com curiosidade perante toda aquela agitação.
A barreira linguística não nos permitia ter uma conversa, mas como o sorriso e os gestos são universais, conseguimos criar empatia com elas. As crianças, entusiasmadas, ensinavam-nos a contar em mongol, os seus nomes, bem como o nome de vários objectos que começamos a desenhar na areia. Uma autêntica aula de mongol dada por crianças. Depois, claro, veio a hora do recreio. Brincamos com eles como se tivéssemos 5 anos. Desde brincar à macaca, tirar corridas, cantando músicas acompanhadas de palminhas, todas as actividades foram cobertas.



Entretanto, o grupo de motas lá atravessou o rio com auxílio do trator e dos seu trailer.


 
Por esse motivo, tivemos de nos despedir do grupo de crianças a quem o Carlos já chamava “os meus filhos mongóis”.

Depois de um dia em grande na estrada, veio o merecido descanso. Com um jantar cozinhado pelo irlandês Jamie “Cenoura”, relaxamos no que o Steve “the Tank T-34” apelido de “de Freitas Lounge”. Cocktails de vodka com sumo de laranja e maça eram servidos aos “clientes” mais sequiosos, bem como vários tipos de cerveja fresca. Mais uma vez, o frigorífico Engel revelou-se o equipamento mais valioso do Adamastor.

(No sítio do acampamento, Pedro demonstrou os seus dotes de escalada. Onde está o Pedro?)

Estava-se muito bem no DeFreitas Lounge. Paisagem fantástica, boa companhia e conversa animada que levaram à troca de piadas entre o britânico Steve “the Tank T-34”, o irlandês Jamie “Cenoura” e os Tugas. A piada que recolheu mais gargalhadas foi uma história alegadamente verídica referente ao ex-primeiro ministro inglês Winston Churchill. Churchill era conhecido como um grande bebedor de whisky, e, um dia, já etilizado, virou-se para uma mulher que o servia numa festa e disse: “You are really ugly woman!”. Ela respondeu-lhe: “You are very drunk!”. Ao que Churchill retorquiu: “Yes, indeed I am, but I will be sober in the morning!”

(Para terem a ideia da grandiosidade da paisagem mongol, procurem nesta fotografia os 2 pneus suplentes do Adamastor. Assim, terão uma noção da dimensão da restante figura.)

Fomos dormir com menos 1 hora de dia, já que o Mike decidiu revelar que afinal a hora já tinha mudado, que ele já sabia, mas que não nos quis contar para podermos descansar mais. “How convenient!”

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