domingo, 4 de julho de 2010

Dia 26 - Barnaul vê-se em 30 minutos

Embora comece a ser familiar, o sistema de torneira de lavatório incorporado na do chuveiro é ainda estranho pelas manhãs!! Depois de banho mais demorado (com meninas na viagem já se sabe…!!) fomos encontrar uma “guia” arranjada através do site de couchsurfing – Making a better world, one couch at a time. Liana de seu nome, natural de Barnaul, fotógrafa de casamentos e afiliada na comunidade “internética” Couchsurfing.


Era o nosso dia de descanso em Barnaul, tínhamos finalmente tempo para vistiar a cidade. Liana avisou-nos logo à partida que Barnaul era uma cidade industrial e que não existiria muito para ver. Do ponto de vista gastronómico, a visita à cidade começou muito bem numa cafetaria verde na rua paralela à do hotel Barnaul. Um expresso como mandam as regras e umas panquecas vinham iriam alimentar-nos para podermos calcorrear Barnaul. O expresso era lindo, cremoso, sabia a café. Espetacular!! Parecia que estávamos a tomar café em Portugal. O fantástico de afastarmo-nos temporariamente de algo de que gostamos muito é sentir, no regresso, que gostamos ainda mais, que gostamos de forma diferente, porque já vivenciamos a falta que essa coisa (ou pessoa) nos faz.

Seguimos para o centro da cidade, passando por uma cervejaria bonita e bem arranjada onde não entramos, mas da qual marcamos um waypoint especial no nosso GPS mental. Sabíamos que íamos voltar àquela cervejaria.


Adiante, entramos numa igreja ortodoxa russa onde existia uma imagem de São Cosme ao qual acendemos uma vela para que nos protegesse das maleitas de viajante durante o resto desta aventura.


Passamos pela estátua do Lenine desta cidade, pela câmara, pelo governo regional de Barnaul, pelo campus universitário da cidade.


Dirigimo-nos à beira do rio, castanho, mas com um solinho muito agradável. Foi à beira desse rio que a nossa “guia” nos afirmou mais uma vez que já tínhamos visto tudo o que a cidade tinha para oferecer.

De regresso ao hotel, fomos entrando em todas as lojas de electrodomésticos à procura de um fogão a gás que pudéssemos utilizar no resto da nossa viagem. Após algumas tentativas frustradas, decidimos ir almoçar a uma cantina russa. Boa comida, boas saladas e um preço muito, muito amigável. Mais uma dica, se estiverem numa cidade russa e quiserem comer algo rápido a um preço razoável, não entrem num restaurante, mas sim nestas cantinas de self-service. A comida russa parece ser feita com produtos orgânicos, ou seja, tomates verdadeiros, galinhas verdadeiras, etc. Por isso é que tem sempre sabor de comida caseira.

A nossa “guia” levou-nos então pelas entranhas da cidade de Barnaul, através de bairros degradados onde vivem os verdadeiros habitantes de Barnaul. Quando demos por ela, estávamos dentro de uma loja especializada em campismo do tamanho de um Modelo Bonjour. Espetacular. Tudo o que era necessário para campismo estava lá. Compramos o nosso fogão após uma explicação técnica detalhada dada em russo pelo vendedor que se podia ver ao longe era apaixonado pelo que fazia. Pena que não entendíamos uma palavra daquilo que dizia. Mostrou-nos 3 sistemas diferentes e elencou as virtudes e desvantagens de cada um destes sistemas. Um luxo. No contacto com qualquer profissão, é óptimo falar com alguém que percebe do assunto. Sentimos que estávamos a falar com um especialistas. Ficamos mesmo tristes de não poder retorquir em russo para ver se ele continuava firme na sua argumentação. O "fogão" e botijas adquiridos vieram a demonstrar-se muito úteis no resto da viagem para podermos ser autónomos a nível de alimentação quente.

Rumamos ao hotel onde a nossa “guia” nos abandonou cansada e com os pés todos rebentados (ninguém manda usar sapatos de sola seca para andar pela cidade). Posteriormente uma mensagem recebida pelo couchsurfing dava conta de que mesmo depois de ter dormido um bocado durante a tarde, as pernas e os pés ainda lhe doíam.

Os tugas, apesar de terem muitos kilómetros nas costas dentro do Adamastor e alguns nas pernas feitos na cidade, não estavam cansados. É preciso muito mais para cansar um português. Então, surge no ideal do grupo o waypoint da cervejaria pela qual tínhamos passado de manhã. Rota traçada, destino atingido, jantar pedido e cerveja na mesa.

Aguardávamos ansiosamente a chegada do grupo do Kudu. Assim que chegaram, demos-lhes também o waypoint da cervejaria para que se juntassem a nós. O grupo estava junto de novo. Depois do que nos tinha acontecido em Aktobe e do acidente do Steve, estávamos todos à mesma mesa. Em jeito de comemoração, cada elemento foi pedindo cerveja e comida para dividir. Fabuloso.

Eram já 4 da matina quando fomos dormir, sendo que, somos obrigados a referir que o único elemento que aguentou tanto tempo acordado como os portugueses foi Werner o mecânico da expedição.

Barnaul - Barnaul
Kms percorridos no Dia 26 – 0 km de carro

Kms acumulados da viagem – 10286 km

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