sábado, 3 de julho de 2010

Dia 23 - EuropÁsia

Apesar de nos termos deitado um pouco tarde, às 9h em ponto estávamos a sair do quarto, carregando o peso da cabeça e arrastando as malas até ao Adamastor!!

O Roman estava já à nossa espera, pronto para a visita guiada. Tivemos de o acalmar. Primeiro era preciso acordar o estômago com um pequeno-almoço reforçado. Quando se apercebeu da urgência que os nossos rostos evidenciavam tentou socorrer-nos com um leite especial. O formato da garrafa e a presença de gás deveriam ter sido sinais de perigo suficientemente claros para darmos as primeiras goladas com maior prudência. Não o fizemos!! Erro fatal. O sabor era horrendo!! Como que a queijo de cabra estragado em estado líquido.

Depois de ponderarmos seriamente em seguir os procedimentos habituais em casos de envenenamento, acabamos por apenas bochechar a boca com abundante água. O sabor não nos queria abandonar o palato, o que tornava ainda mais urgente a ida até ao local do pequeno-almoço.

Embora um pouco escuro, o café era muito agradável. Bem decorado, confortável e com uma hera enorme que ocupava toda a zona central das paredes e do tecto, pena foi que a comida não lhe fizesse justiça.

Partimos para a cidade.




Ele estava orgulhoso por nos poder mostrar Orsk. Tiramos fotos à beira da estátua de Lenine na praça principal da cidade e fomos até à ponte onde existe uma fronteira assinalada entre a Europa e a Ásia.


Quando lá chegamos pudemos por um pezinho na Europa e outro na Ásia.

Boris entretanto acordou e não quis deixar de tirar uma foto com os compinchas portugueses.




É também de salientar que na ponte que une os dois continentes, ponte sobre o rio Ural, é costume local agrilhoar cadeados (aloquetes) em sinal de união quer esta seja por namoro ou por casamento.


Para terminar o tour, levou-nos à principal igreja que ficava no cimo da montanha. Estava uma quantidade enorme de fiéis a tentar entrar, pois todos queriam ver o mais recente santo canonizado na semana anterior.



Seguidamente, Boris e Roman escoltaram-nos até ao último cruzamento da cidade de Orsk. Perto desse cruzamento havia uma “Magazin” que vendia “KBAC” (que se lê kwas). Esta bebida fermentada, sem álcool, feita a partir de pão e à qual algumas vezes se adiciona açúcar é muito típica nesta região. As avós fazem KBAC para os filhos e netos, mesmo os que com elas não partilham tecto. Boris fez questão de oferecer uma garrafa desse líquido à mais cobiçada portuguesa destas paragens.


Despedimo-nos dos nossos amigos e rumamos a Cheylabinsk.

A meio da nossa jornada, a necessidade de utilizar uma casa de banho levou-nos a um restaurante de beira de estrada muito familiar e com boa comida em quantidades generosas. A decoração também era interessante.



(borsh, sopa típica)
(Não, isto não é um pano sujo. Nós também pensamos isso. Este é um tipo de pão.
Já agora, se quiserem pão, digam: Klep)

Chegados a Cheylabinsk tomamos o firme propósito de não conhecer ninguém nesta cidade para não perdermos mais meio-dia a conhecer a cidade, visto que, teríamos muitos kms para fazer entre Cheylabinsk e Omsk.

Através das sugestões de Natalia lá escolhemos o hotel mais próximo para nos acomodarmos.


Era um daqueles hotéis embutidos numa espécie de centro comercial ranhoso. Às 23h, não podíamos ser muito exigentes… Ficava mesmo em frente à estação de camionetas e comboios e por isso, a banda sonora durante a noite já se fazia prever.

O elevador estava avariado. Subimos penosamente 5 andares de mochila às costas e pelo caminho comentávamos: “Também não podemos ter sempre a maior sorte do Mundo!”

Àquela hora já não havia nenhum restaurante aberto nas redondezas, por isso tivemos de nos comportar como russos e comprar algo numa das roulottes que abundam nas cidades. Pizza e hambúrguer que já estavam prontos e eram aquecidos na hora. Uma iguaria difícil de encontrar. Escusado será dizer que nos deitamos desconsolados e a desejar que na próxima cidade de Omsk as coisas voltassem a correr melhor.

Orsk-Cheylabinsk

Kms percorridos no Dia 23 – 588 km

Kms acumulados da viagem – 8530 km

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